Tava eu deitadinho na minha rede que comprei no nordeste, pensando na vida, quando me veio aquele estalo: "E se eu abrisse uma escolinha infantil aqui no bairro?" Sabe aquele momento que uma ideia parece loucura, mas ao mesmo tempo faz todo sentido? Foi exatamente isso que aconteceu comigo há dois anos. Hoje, tô aqui pra contar como transformei esse sonho em realidade – e como essa virou uma das melhores decisões financeiras da minha vida.
Será possível que você também tá com essa pulguinha atrás da orelha? Se tá pensando em montar sua própria escolinha infantil e não sabe por onde começar, respira fundo que vou te mostrar tudo, desde os primeiros passos até quanto coloquei de dinheiro nessa empreitada.
O que me fez pular de cabeça nesse negócio?
Rapaz do céu, olha isso... Eu sempre tive um jeito com crianças. Minha casa sempre foi ponto de encontro dos sobrinhos, filhos dos vizinhos, a criançada toda. Numa tarde de domingo, observando a dificuldade que minha vizinha tinha pra achar uma escolinha boa e de confiança pro filho dela, pensei: "E se eu fizesse isso?"
Não é viagem minha, mas o bairro onde moro não tinha uma escolinha infantil que oferecesse aquele cuidado personalizado que todo pai e mãe quer pro seu filho. Foi aí que tudo fez sentido. Vi uma oportunidade e não deixei passar.
Quanto gastei pra fazer essa escolinha sair do papel?
Vou ser sincerão contigo. Muita gente acha que precisa de uma fortuna pra abrir uma escolinha infantil, mas a real é que dá pra começar com menos do que você imagina. Tá louco meu, isso é um investimento que você recupera rapidinho se fizer as coisas direito.
Tava sozinho eu com as barbas de molho, fazendo todas as contas:
- Aluguel da casa (um sobrado com quintal): R$ 3.800 mensais
- Reforma e adaptação do espaço: R$ 22.000
- Mobiliário (mesinhas, cadeirinhas, armários): R$ 15.000
- Brinquedos e materiais pedagógicos: R$ 9.000
- Equipamentos de cozinha: R$ 7.000
- Itens de segurança (extintores, grades, antiderrapantes): R$ 5.000
- Uniformes e identificação: R$ 2.000
- Marketing inicial: R$ 3.000
- Documentação e licenças: R$ 4.000
- Fundo de reserva para os primeiros 3 meses: R$ 30.000
No total, juntei uma grana de aproximadamente R$ 100.000. Parece muito? Calma que te mostro como isso volta rapidinho.
Os documentos que ninguém te conta que precisa tirar
Parei e pensei com meus miolos: quais são todos aqueles documentos chatos que o governo pede? Essa parte deu trabalho, viu?
Se eu te contar tu não acredita na quantidade de papel que tive que juntar:
- Alvará da prefeitura
- Licença sanitária
- Auto de vistoria do corpo de bombeiros
- CNPJ
- Autorização da Secretaria Municipal de Educação
- Projeto pedagógico
- Planta baixa aprovada
- Certificado de dedetização
- Análise da água
Eu fico até sem palavras, putz... é muita coisa! Mas não se assusta, vai por etapas. Contratei uma contadora que manjava do assunto e ela me ajudou em tudo.
Montando a equipe dos sonhos
Me deu um branco total quando percebi que precisava contratar gente. Como saber quem é bom mesmo com as crianças?
Tive que contratar:
- 1 coordenadora pedagógica (professora Laura, que virou meu braço direito)
- 4 professoras
- 2 auxiliares
- 1 cozinheira
- 1 auxiliar de limpeza
- 1 secretária
A professora Laura trouxe uma bagagem incrível. Ela trabalhava numa escolinha grande e tava cansada daquele ambiente mega corporativo. Quando contei do meu sonho, ela pulou de cabeça no projeto. "Posso montar o projeto pedagógico?", ela perguntou toda empolgada. E foi assim que ganhei uma sócia não oficial, mas uma parceira e tanto.
Quanto cobrar pra dar lucro sem assustar os pais?
Caracas! que bagunça cara, essa parte me deu trabalho. Analisei todas as escolas da região e vi que os preços variavam demais.
Depois de fazer as contas mil vezes (sim, porque dinheiro não nasce em árvore), cheguei nos seguintes valores:
- Período integral (7h às 18h): R$ 1.800
- Meio período (7h às 12h ou 13h às 18h): R$ 1.200
- Horário estendido: R$ 25 por hora adicional
- Alimentação inclusa em todos os pacotes
Com 25 crianças, sendo 15 em período integral e 10 em meio período, a receita mensal bateu em torno de R$ 39.000. Tirando custos fixos de cerca de R$ 28.000 (incluindo salários, aluguel, contas, alimentação), sobram R$ 11.000 de lucro mensal.
Em menos de um ano, recuperei o investimento inicial! Maneiro demais!
Os segredos que ninguém conta sobre o dia-a-dia da escolinha
Não sei não, mas... todo mundo acha que é só cuidar de criança, dar comidinha e ensinar o ABC. A realidade é bem diferente!
Aprendi na prática que:
-
A comunicação com os pais é TUDO. Criamos um aplicativo próprio onde mandamos fotos diárias das crianças em atividades. Os pais enlouquecem de felicidade!
-
Alimentação é coisa séria. Contratamos uma nutricionista que monta o cardápio mensalmente. As crianças comem melhor que eu!
-
Atividades diferentes fazem a fama da escola. Temos aula de música, horta e inglês básico desde os 2 aninhos.
-
Segurança em primeiro lugar sempre. Instalamos câmeras em todas as salas (com acesso dos pais via aplicativo) e treinamos toda a equipe em primeiros socorros.
-
Adaptação das crianças novas é um processo delicado. Desenvolvemos um método gradual que começa com apenas 2 horas por dia na primeira semana.
Os perrengues que enfrentei (e que você vai enfrentar também)
Eu já sabia que ia dar nisso, mas confesso que alguns desafios me pegaram desprevenido:
- Funcionária que faltava sem avisar (demiti na primeira semana)
- Pais atrasados para buscar as crianças (implementei multa depois do terceiro aviso)
- Crianças que mordiam outras (reuniões individuais com os pais)
- Vazamento no telhado em dia de chuva forte (reforma emergencial)
- Fiscalização surpresa da vigilância sanitária (graças aos céus estava tudo certinho!)
Parece piada, mas é verdade: o maior desafio foi manter a calma quando tudo parecia dar errado ao mesmo tempo. Num piscar de olhos rápidinho tudo se resolveu, e hoje essas histórias viram até motivo de risada entre a equipe.
O segredo do sucesso que ninguém te conta
Doideira pra caramba, mas o grande diferencial da minha escolinha não foi nada mirabolante. Foi simplesmente tratar cada criança como se fosse minha. Os pais percebem quando você se importa de verdade.
Fizemos algumas coisas que ninguém mais fazia na região:
- Festas de aniversário simples incluídas na mensalidade
- Relatório semanal personalizado de desenvolvimento
- Projeto "um dia de chef" onde as crianças aprendem a fazer receitas simples
- "Sexta-feira do pijama" com histórias e lanches especiais
- Participação dos pais em projetos mensais
Isso mexeu comigo de um jeito... ver aquelas carinhas felizes todos os dias é uma recompensa que não tem preço.
Como começar sua própria escolinha hoje mesmo
Se você tá lendo isso e pensando "quero fazer igual", toma aqui o passo a passo resumido:
-
Pesquise o bairro ideal - procure lugares com famílias jovens e poucas opções de escolinhas boas
-
Faça um plano de negócios detalhado - não economize nessa etapa!
-
Busque uma casa com boa estrutura pra adaptar - quintal grande é fundamental
-
Contrate um arquiteto que entenda das normas pra escolas infantis
-
Comece a correr atrás das licenças com antecedência (leva tempo!)
-
Contrate primeiro a coordenadora pedagógica - ela te ajudará com o restante da equipe
-
Invista em marketing digital localizado - mire nas mães da região
-
Faça um dia de "portas abertas" antes mesmo de inaugurar
-
Ofereça descontos para matrículas antecipadas
-
Crie um diferencial que as outras escolinhas não têm
A vida tem dessas coisas... às vezes a melhor oportunidade de negócio tá debaixo do nosso nariz. Eu abri minha escolinha sem imaginar que daria tão certo. Hoje, além de ganhar um bom dinheiro, tenho a satisfação de fazer diferença na vida de dezenas de famílias.
E você? Já tinha pensado em abrir uma escolinha infantil no seu bairro? Me conta nos comentários se esse texto te inspirou a dar o primeiro passo nessa direção! Tô doido pra saber se tem mais gente com esse sonho por aí!
Comentários
Postar um comentário