Destaques
- Gerar link
- X
- Outros aplicativos
De Piada na Rua a Cruzar a Linha de Chegada: Minha História de Superação nas Corridas
Mano, na moral... nunca esqueci aquele dia. Tava eu sentadinho lá no portão de casa, amarrando um tênis velho que tinha achado no fundo do guarda-roupa. Decidi que ia começar a correr. Não por saúde, não por hobby, mas porque o Josué, meu amigo de anos, tinha me desafiado depois de me ver ofegante subindo a escada do prédio dele.
"Não sei se rio ou se choro com isso cara", pensei comigo mesmo depois que ele soltou aquela: "Tu não aguenta nem dois quarteirões sem parecer que vai desmaiar!"
Rapaz do céu, olha isso... saí naquele primeiro dia achando que ia provar pra todo mundo que estavam errados. Mal completei 400 metros e parecia que meu pulmão ia explodir. As pernas? Putz... nem te conto. Foi aí que aconteceu.
Um grupo de adolescentes que jogava bola na praça começou a rir. Um deles, igualzinho ao Leonardo, filho da Zenaide Torres, apontou e falou bem alto: "Olha o gordinho achando que é maratonista!"
Caramba mesmo, aquilo doeu mais que a dor nas pernas. Voltei pra casa arrasado, me sentindo um lixo total. Tô rindo de nervoso só de lembrar, porque aquele momento virou meu combustível.
A Vergonha Que Me Empurrou Pra Frente
Ce tá brincando comigo, né? Fiquei três dias sem sair de casa depois daquilo. A vergonha é uma parada doida, vei. Ela pode te destruir ou te transformar.
No quarto dia, acordei com uma ideia fixa: "Se eu sou piada correndo, então vou virar motivo de espanto". Não era orgulho ferido não... era algo mais profundo. Era eu cansado de ser quem eu era.
Loucão demais, mas... pra tudo – comecei a acordar às 5 da manhã, quando ainda tava escuro e ninguém podia me ver. A Bernadete, que vende flores na esquina, era a única testemunha daquelas primeiras tentativas desajeitadas.
"Ei, madrugador! Cada dia vai mais longe, hein?", ela sempre gritava enquanto organizava os girassóis.
Me deu um estalo na hora: não era sobre os outros, era sobre mim mesmo. Cada passada era uma batalha contra aquela voz interna que dizia que eu não conseguiria.
O Dia Que Mudou Tudo
Sabe aquele momento que parece que foi escrito pra acontecer na sua vida? Depois de quase dois meses correndo escondido, encontrei o Mario Novais, que além de treinar cachorros, era corredor amador.
"Eu juro que tentei evitar, mas vejo você todo dia passando e tá na hora de alguém te dar umas dicas", ele falou enquanto passeava com um labrador.
Foi aí que tudo fez sentido. Mario me mostrou que:
- Correr não é só sobre velocidade, mas sobre consistência
- A respiração faz uma diferença absurda no desempenho
- Cada pessoa tem seu próprio ritmo e isso é sagrado
Não tem condição, sério mesmo? Esse cara virou meu mentor sem eu nem pedir. A vida tem dessas coisas.
A Primeira Corrida de Verdade
Não sei explicar, só sentir. Seis meses depois daquele primeiro dia humilhante, lá estava eu na linha de largada de uma corrida de 5K do bairro.
"Tô tentando entender até agora como você me convenceu a fazer isso", falei pro Mario enquanto olhava nervoso pros atletas ao redor.
"Cada louco com sua mania, né", ele respondeu rindo.
O tiro de largada soou e meu coração parecia que ia sair pela boca. Nos primeiros dois quilômetros, ainda escutava os risos daqueles moleques na minha cabeça. Mas então algo mágico aconteceu.
Meu corpo entrou num estado que nunca tinha sentido antes. Uma sensação de fluidez, de poder. Confesso que até gostei. É de cair o queixo mesmo, porque pela primeira vez na vida eu não me sentia um intruso naquele mundo.
Cruzei a linha de chegada em 32 minutos. Nada impressionante pros corredores de verdade, mas pra mim? Era como ganhar uma medalha olímpica.
O Que Descobri No Caminho
Parece piada, mas é verdade: a corrida me ensinou mais sobre a vida do que qualquer outra coisa. Vei do céu, nem te conto as lições que peguei no asfalto:
- Nosso pior inimigo mora dentro da nossa cabeça
- O progresso não é linear – tem dias bons e dias horríveis
- A dor temporária constrói força permanente
- Ninguém liga tanto pra você quanto você imagina
Isso tem nome: liberdade. Quando parei de me importar com os olhares e comentários, descobri que podia ir muito além do que imaginava.
Posso tá falando besteira, mas a corrida não é sobre correr. É sobre enfrentar seus medos, suas limitações e, principalmente, sobre calar aquela voz que diz que você não merece melhorar.
Um Novo Começo A Cada Passada
Melhor que isso não dá mesmo. Hoje, três anos depois daquela humilhação, não sou nenhum atleta profissional. Longe disso! Mas completei minha primeira meia maratona mês passado.
Sabe quem estava na linha de chegada? O Josué, aquele mesmo que me desafiou no início. "Que parada doida, vei", ele falou com os olhos marejados. "Você me inspirou a começar também."
Se eu te contar tu não acredita, mas encontrei também um daqueles garotos que riram de mim. Agora ele pede dicas de treino. Não por vingança nem nada, mas às vezes a vida dá voltas mais rápido que a gente na pista.
Pra Quem Tá Começando Agora
Aposto tudo que alguém lendo isso tá na mesma situação que eu estava. Talvez você já tenha tentado e desistido. Talvez tenha medo do julgamento dos outros.
Então lá vai:
- Comece devagar – muito mais devagar do que você acha que deveria
- Encontre seu motivo real – não pode ser só pra impressionar alguém
- Celebre cada pequena vitória – mesmo que seja só ter saído da cama
- Encontre uma comunidade – isso muda absolutamente tudo
Não sei nem por onde começar a explicar o quanto isso faz diferença. A corrida é só o veículo. O verdadeiro ganho é interno.
Eu fico até sem palavras, putz... quando penso em como aquela humilhação poderia ter me destruído, mas acabou me transformando.
Só Quem Corre Entende
Do nada me veio isso na cabeça: somos todos corredores de alguma forma. Alguns na pista, outros na vida. O importante é nunca parar de se mover.
A sensação de liberdade quando você ultrapassa seus limites não tem preço. É uma mistura de orgulho, gratidão e uma pontinha de arrogância (vamos combinar que merecemos, né?).
Tive que parar e respirar fundo muitas vezes nessa jornada. Dias de chuva, de frio, de preguiça, de dúvida. Mas algo sempre me puxava de volta para a rua.
Isso mexeu comigo de um jeito que não consigo explicar completamente. A corrida virou minha terapia, meu espaço de clareza, meu momento de conexão comigo mesmo.
O universo me mandou esse sinal através daquela humilhação, e hoje só posso agradecer. Às vezes precisamos cair de cara no chão pra descobrir a força que temos pra levantar.
A Pergunta Que Não Quer Calar
Então, você já passou por alguma situação de humilhação que, em vez de te derrubar, acabou te impulsionando pra frente? Conta aí nos comentários - adoro saber que não sou o único maluco que transformou limão em limonada!
E se você tá pensando em começar a correr, hoje é o dia. Não importa o quanto devagar você vá, você ainda estará ultrapassando quem está parado no sofá.
Te vejo na pista! Ou melhor, te vejo cruzando sua própria linha de chegada, seja ela qual for!
- Gerar link
- X
- Outros aplicativos
Comentários
Postar um comentário