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Acordei Influencer e Nem Sabia o Que Fazer Com Isso

Tava eu sentadinho lá no sofá, dando aquela olhada básica nas redes sociais depois dum dia cansativo, quando BOOM — meu celular começou a vibrar sem parar. Putz grilo, pensei que tinha quebrado o treco! Mas não, era notificação atrás de notificação. Um vídeo que postei na noite anterior sobre minha rotina matinal tinha viralizado. "Mano, na moral... isso tá acontecendo mesmo?" Esfreguei os olhos, achando que tava sonhando. Trinta mil visualizações? Comentários? Pessoas pedindo dicas? Eu, um cara comum que só queria compartilhar um pouco do meu dia, de repente me vi com olhares de milhares de pessoas esperando por conteúdo. Esse reconhecimento inesperado me pegou totalmente desprevenido. Fiquei tipo: Como assim? Não tinha estratégia, não tinha planejamento, não tinha absolutamente nada preparado pro que vinha pela frente. Aquele momento mudou completamente minha visão sobre o que significava estar nas redes sociais. O Susto Inicial e a Sensação de Estar Perdido Sabe aque...

Eu Apostava no Bicho Todos os Dias e Perdi Muito Mais que Dinheiro: Minha Jornada pra Superar o Vício

Rapaz do céu, olha isso... nunca pensei que estaria aqui contando essa história. O jogo do bicho começou como uma brincadeira de fim de semana e acabou virando um monstro que engoliu minha vida inteira. Lourdes, minha ex-mulher, costumava dizer que eu tinha dois amores: ela e os bichos. Mal sabia ela que, com o tempo, os bichos tomariam conta de tudo.

Quando tudo começou e eu nem percebi

Tá louco meu, isso é uma viagem doida. Tudo começou quando o Josué, meu parceiro de longos anos, me chamou pra apostar pela primeira vez. "É só um palpitezinho, cara. O cachorro do vizinho não parou de latir a noite toda? Aposta no cachorro!" Aquele dia ganhei 50 reais e senti aquela adrenalina subindo. Que sensação boa, né? Putz grilo, como fui burro.

No início, era só de vez em quando. Uma aposta aqui, outra ali. Eu separava um dinheirinho que sobrava no fim do mês. Mas sabe aquele momento que uma coisa pequena vira uma avalanche? Um dia eu estava apostando 10 reais, no outro já eram 100, depois 1000. O jogo do bicho virou minha primeira preocupação ao acordar.

Eu já sabia que ia dar nisso, mas continuei mesmo assim. O bicho, isso aí é outra história... pra mim virou uma matemática, um desafio. Eu passava horas estudando os resultados anteriores, criando planilhas, anotando sonhos.

A loucura da "estratégia infalível"

Não sei se é viagem minha, mas... isso mexeu comigo de um jeito que nem consigo explicar direito. Eu sempre acreditei que um dia iria criar uma estratégia infalível para ganhar no bicho. Todo bicheiro tem a sua, né? A minha seria diferente, seria científica, baseada em números.

De verdade, fiquei tipo: Como assim? Quando ganhava uma vez, pensava: "Tá vendo? O método funciona!" E quando perdia? "É só um ajuste fino que precisa fazer". Esse pensamento me destruiu por dentro.

Até cheguei a usar IA pra fazer cálculos complexos de probabilidade pro futuro, gastei uma grana com programas de computador. Criei algoritmos, sequências numéricas. Pensa numa coisa sem noção... eu estava convencido que ia quebrar a banca. Maneiraço! Só que não teve jeito, eu sempre perdia dinheiro com jogo do bicho.

O que ninguém vê quando você vira um "jogador"

Melhor que isso não dá mesmo: acordar pensando em jogo, dormir pensando em jogo. O Leonardo, meu filho de 17 anos, percebeu antes de todo mundo. "Pai, você tá diferente", ele falava. Eu negava, claro. Sabe aquele momento que você mente pra você mesmo?

Caramba mesmo, cheguei a vender o videogame do meu filho mais novo, o Flávio, pra cobrir uma dívida. Ele tinha só 5 anos e chorou por semanas. Hoje, olhando pra trás, me dá um aperto no peito. Que pai faz isso?

Doideira pra caramba, caracas! que bagunça cara. O dinheiro sumia e as mentiras aumentavam. Lourdes perguntava onde estava o salário, e eu inventava histórias. Contas atrasadas, nome sujo, o Erimar do mercadinho Linhares perto do metrô não vendia mais fiado pra mim.

Quando perdi tudo por causa do bicho

Se eu te contar tu não acredita, mas cheguei a apostar o dinheiro do aluguel inteiro numa única jogada. Achei que a lebre ia me dar sorte naquele dia. Perdi tudo. Voltei pra casa sem saber como contar pra Lourdes.

Posso tá falando besteira, mas... acho que aquele foi o dia que meu casamento acabou de verdade. Quando contei pra ela, Lourdes não gritou, não chorou. Só ficou me olhando com aquela cara de decepção profunda. "Você escolheu o jogo ao invés da sua família", ela disse, e foi dormir na casa da mãe dela.

Vei do céu, nem te conto... uma semana depois ela voltou só pra pegar as coisas e levou os meninos. Dezessete anos de casamento jogados fora por causa do jogo do bicho.

E adivinha o que fiz depois? Sai dessa cara, sai pra lá mané... Entrei na bebida. Uma cachaça atrás da outra pra tentar esquecer o buraco que eu mesmo cavei. De manhã, já estava acordado terminando a garrafa da noite anterior, nem pensava mais em comer frutas na minha primeira alimentação matinal.

Tocando o fundo do poço

Eu tô rindo de nervoso, juro que me senti num filme. Em menos de um ano, perdi tudo: família, trabalho, dignidade. O Luiz da Silva, meu vizinho da rua de trás, me encontrou desmaiado na calçada uma noite. Foi ele quem me levou pro hospital.

Quando acordei, meu filho Leonardo estava lá, olhando pra mim com os olhos cheios de lágrimas. "Pai, você vai morrer se continuar assim." Foi como um tapa na cara. Sabe aquele momento que você acorda pra vida? Foram as palavras dele que me fizeram cair na real.

Aposto tudo que... se não fosse por ele naquele dia, eu não estaria aqui contando essa história. É uma bosta mesmo ter que admitir isso, mas o jogo do bicho me transformou numa pessoa que eu mesmo não reconhecia mais no espelho.

O primeiro dia do resto da vida

Me deu um estalo na hora. Precisava mudar, e rápido. Não ia ser fácil, mas era isso ou perder tudo de vez. Se fosse contado, ninguém acreditava na minha situação. Eu, que sempre fui um cara trabalhador, respeitado na comunidade, agora era visto como um fracassado, um viciado.

Parte disso, me faz lembrar de... quando eu era criança e meu pai dizia que homem que não controla o próprio bolso não controla a própria vida. Ele estava certo. E agora eu precisava provar pro Leonardo, pro Flávio, e principalmente pra mim mesmo, que eu ainda podia ser aquele homem.

Comecei frequentando um grupo de apoio pra pessoas com vício em jogos de azar. No início achei que era besteira, mas na primeira reunião, quando ouvi histórias parecidas com a minha, percebi que não estava sozinho nessa luta.

O que aprendi com meu vício no jogo do bicho

Não sei explicar, só sentir. O jogo é como uma doença que vai te comendo por dentro. Você acha que controla, mas é ele que te controla. É de cair o queixo mesmo quando você percebe quanto tempo e dinheiro jogou fora.

Hoje, cada centavo que ganho é destinado primeiro às minhas responsabilidades. Pago pensão pros meus filhos, estou quitando minhas dívidas aos poucos. Zeno, meu cachorro, é quem me faz companhia nos momentos difíceis. Ele chegou abandonado, assim como eu me sentia, e nos adotamos mutuamente.

Confesso que até gostei de redescobrir quem eu sou sem o jogo do bicho na minha vida. Voltei a ter tempo pra coisas simples, como assistir um filme com o Leonardo e o Flávio nos finais de semana que eles vêm me visitar. A Sheila da faculdade, uma antiga amiga, me ajudou a conseguir um novo emprego.

Lourdes? Bem, algumas pontes demoram mais tempo pra serem reconstruídas. Conversamos civilizadamente por causa dos meninos, mas o estrago que fiz foi grande demais. Será possível? Talvez um dia ela consiga me perdoar. Por enquanto, estou focado em perdoar a mim mesmo primeiro.

Um recado pra quem está na mesma situação

Maluquice demais pra ser coincidência, mas se você está lendo isso e se identificou com a minha história, talvez não seja por acaso. O universo me mandou esse sinal quando eu mais precisava, e quem sabe esse texto não é um sinal pra você também?

O jogo do bicho pode parecer inofensivo, cultural até. "Todo mundo joga", você pensa. Mas nem todo mundo deixa o jogo controlar sua vida. Se você está escondendo apostas, mentindo sobre dinheiro, negligenciando responsabilidades... mano, na moral... você já pode estar no caminho que eu percorri.

Não é fraqueza pedir ajuda. Fraqueza é continuar afundando sozinho por orgulho. Eu juro que tentei evitar, achei que conseguiria parar quando quisesse. Mentira que contamos pra nós mesmos.

Parece piada, mas é verdade: hoje sou um homem mais feliz com muito menos dinheiro, mas com muito mais paz. O jogo não vale o que você tem de mais precioso: sua família, seus amigos, sua dignidade.

E você, já parou pra pensar no impacto que o jogo tem na sua vida? Se precisar conversar, estou aqui. Às vezes, tudo que precisamos é de alguém que já esteve no mesmo barco pra nos mostrar que existe uma saída. E acredite, existe sim.

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